Parábolas e Ensinos de Jesus

CAPÍTULO 35

PARÁBOLA DO SERVO VIGILANTE



“Estejam cingidas as vossas cintas e acesas as vossas candeias; e sê de vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das bodas; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bemaventurados aqueles servos! a quem o senhor achar vigiando, quando vier;

em verdade vos digo que ele se cingirá, os fará sentar à mesa, e, chegandose, os servirá. E quer ele venha na segunda vigília, quer na terceira, bemaventurados serão eles, se assim os achar. Mas sabei que, se o dono da casa tivesse sabido a hora a que havia de vir o ladrão, não haveria deixado arrombar a sua casa. Estai, vós, também apercebidos, porque à hora que não pensais, virá o Filho do Homem. "


(Lucas 12:35-40.)

Na esfera espiritual, como na material, a qualidade indispensável do servo é ser vigilante.

Servo vigilante é o que trata com zelo dos misteres que lhe são afetos, correspondendo, como deve, ao salário pelo qual se ajustou, e satisfazendo, ao mesmo tempo, as ordens que recebe de seu senhor.

A dissídia no trabalho, não só abate o crédito do operário, como também lesa os interesses de seus superiores.

O bom servo, que trabalha nas coisas referentes ao Espírito, não tem tempo para se reclinar no leito e, de candeia apagada, dormir o bom sono, esquecendo os trabalhos que lhe são afetos.

Precisa ele, com a cinta cingida e a candeia acesa, vigilante, aguardar que o Senhor lhe bata à porta.

Nenhum dos servos sabe em que vigília chegará o Senhor, se na segunda, se na terceira; e a vinda do Senhor é tão certa, como a descida das chuvas à terra, como a mudança do dia pela noite, como o calor, como o frio, como os ventos, como a volta dos cometas, como o brilho das estrelas.

Em linguagem evangélica, servo vigilante é o que estuda, é o que pesquisa, perquire, e, de candeia acesa, isto é, com o entendimento aclarado pela compreensão dos fatos que observou e dos estudos que fez, ilumina os que lhe estão próximos, ensinando-lhes o caminho que vai ter a Deus, que não pode ser outro que o da caridade, bem compreendida, como ensina o Espiritismo!