Parábolas e Ensinos de Jesus

CAPÍTULO 83

O GRANDE MANDAMENTO



“Chegou um dos escribas e, tendo ouvido a discussão e vendo que Jesus lhes havia respondido bem, fez-lhe esta pergunta: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é; Ouve, ó Israel: O Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só; e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Não há outro mandamento maior que estes. Disse-lhe o escriba: Na verdade, Mestre, disseste bem que Ele é um; e não há outro senão Ele; e que o amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. Vendo Jesus que ele havia falado sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. “E ninguém mais ousava interrogá-lo.


(Marcos 12:28-34.)

Três são os deveres indispensáveis à criatura humana: 1º para com Deus; 2º para consigo mesmo; 3º para com seu próximo. Nisto resumiu Jesus a lei e os Profetas.

Sendo Deus o autor de nossa existência, o nosso verdadeiro Pai, devemos dedicar, primeiramente a Deus, todos os nossos haveres, a nossa própria Vida.

Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de adiantamento, com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas.

Ninguém pode dar senão o que tem, mas é fora de dúvida que devemos dar a Deus tudo o que temos. E como os haveres que dedicamos a Deus são retribuídos com centuplicados juros, cumpre-nos aproveitar todas essas dádivas para proveito próprio e em proveito do próximo.

É do cumprimento desses deveres que começa a felicidade.

Satisfeitos os deveres que temos para com Deus, ocorre-nos tratar daqueles que se relacionam com a nossa própria individualidade. É claro que essas obrigações são de natureza material, intelectual e espiritual.

O homem veio à Terra para progredir e esse progresso depende do bom emprego que faça do tempo para zelar do seu corpo, proporcionandolhe a natural manutenção, e cultivar o espírito, oferecendo-lhe luzes: luzes de Vida Eterna; luzes de sabedoria verdadeira; luzes de moral perfeita.

O corpo é um intermediário para as recepções e manifestações exteriores; é preciso que o tratemos e nos utilizemos dele como quem trata e se utiliza de uma máquina para executar o trabalho de que está encarregado.

O Espiritismo abrange a parte material e a parte psíquica do indivíduo;

exige tratamento do corpo e cultivo do Espírito, sem detrimento um do outro.

Pela mesma maneira nos cumpre fazer para com o nosso próximo.

Próximo é aquele que se aproxima de nós, seja em corpo, seja em Espírito: Há próximos que estão longe de nós e próximos que estão perto.

Na esfera do Espírito prevalece a lei da similaridade. No terreno da matéria a lei da atração.

Os principais próximos são os que nos estão ligados pela lei da afinidade psíquica.

Os próximos secundários são os que se valem de nós para suprir a sua necessidade; necessidade de ordem material ou de ordem espiritual, porque os nossos deveres para com o próximo, para com nós mesmos e para com Deus são de ordem material e espiritual.

O homem que cumpre o seu dever, a nada mais fica obrigado. Quando o homem faz o que pode. Deus faz por ele o que ele por si mesmo não pode fazer.

Feliz daquele que faz tudo o que pode e deve fazer, pois esse é o bom emprego do talento para aquisição de outros tantos talentos.

Três são os deveres indispensáveis do homem: para com Deus, para consigo mesmo, para com o seu próximo.

O preceito é este: ama a Deus; ama a ti mesmo; ama ao teu próximo;

instrui-te e procura instruir teu próximo. Faze tudo isso de todo o teu entendimento, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças.

Não há outro mandamento.