Educandário de Luz

Capítulo XVII

Grupo em crise



“Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” — JESUS (Jo 15:7)


Habitualmente, quando as tarefas de uma equipe consagrada ao serviço do bem parecem devidamente estabilizadas, a crise explode.

Desequilibra-se o clima das boas obras e a tempestade ruge.

Desentendem-se irmãos na sombra da discórdia, quando mais necessária se faz a luz da harmonia.

Edificações que se figuravam consolidadas apresentam brechas arrasadoras.

Todo o esquema das realizações em andamento se mostra superficialmente comprometido.

Afastam-se companheiros de posições importantes deixando claros difíceis de preencher.

Esses são os dias de exame, em que a ventania da crítica esbraveja em torno de nós, experimentando-nos a segurança da construção. E esses são igualmente os dias para a serenidade maior. Diante deles, nada de irritação, nem desânimo.

Reunirmo-nos, mais estreitamente, uns aos outros na fidelidade ao trabalho, a fim de conjurar perigos maiores, é o nosso dever.

Urge consertar a máquina de ação, como pudermos, dentro de todos os recursos lícitos, à maneira dos ferroviários que restauram a locomotiva descarrilada e, depois de colocá-la em condições de serviços nos trilhos justos, seguir para a frente.

Nem acusações, nem lamentos.

Trabalhar com mais ardor, esquecendo o mal e lembrando o bem.

Restabelecer a união e avançar adiante.

Compreender que as horas para a fé não são aquelas do Sol rutilando no firmamento azul, mas precisamente aquelas outras em que as nuvens despejam ameaças de algum lugar do céu.

Todos encontramos dificuldades no caminho em que transitamos.

Sempre que chamados a servir é forçoso recordar que estamos carregando encargos que a Divina Providência nos confiou, no bem de todos. E, cuidando de satisfazer aos Desígnios de Deus, sejam quais forem os riscos e tropeços com que sejamos defrontados, estejamos convencidos de que Deus cuidará de nós.




(Reformador, setembro 1968, p. 197)