R — A escola de preparação infantil no Evangelho, nos Centros Espíritas, é um impositivo, a que não podemos fugir sem grande dano institucional para as nossas edificações doutrinárias do presente e do futuro.
R — Cada criança que surge é nosso companheiro de luta, na mesma experiência e no mesmo Plano, enquanto encarnados, cabendo-nos a obrigação de oferecermos a ele condições melhores que aquelas em que fomos recebidos, a fim de que se constitua nosso continuador sobre a Terra melhor a que retornaremos mais tarde.
R — Não compreendemos Espiritismo Cristão sem Evangelho. Sem Cristo, a nossa Doutrina será um soberbo palácio de princípios científicos e filosóficos, mas vazio e inerte, sem utilidade para ninguém.
R — Sem a renovação espiritual da criatura para o bem, jamais chegaríamos ao nível superior que nos compete alcançar. Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã.
R — Há Centros de nosso ideal espiritista cristão que naturalmente funcionam à maneira de pronto-socorro para os sofrimentos morais que envolvem encarnados e desencarnados e, quanto a isso, será sempre de bom alvitre ponderar a especialização de cada agrupamento de companheiros da caridade e da luz. Entretanto, ainda que não seja de solução imediata o problema da educação infantil nos conjuntos que atendem à finalidade a que nos referimos, o assunto não deve ser considerado indevassável ou inútil, a fim de que a escola de formação evangélica da criança se materialize, junto deles, tão logo se ofereça a necessária oportunidade.
R — Os pais são educadores responsáveis e, por isso mesmo, a primeira escola de cada criatura é o lar em que nasceu. Os dirigentes espíritas do santuário doméstico são convocados a grandes deveres junto dos filhos que recebem, de vez que são detentores de mais amplos conhecimentos de sublimação espiritual diante das Leis Divinas. Em razão disso, precisamos considerar em Doutrina que acima dos maiores delinquentes permanecem os pais levianos e voluntariamente irresponsáveis.
R — Evitar o abuso é dever, mas acima de quaisquer impulsos de autodefesa em nossa vida, prevalece a caridade, com o seu mandato de amor, sacrifício e luz. Cremos que a higiene não deve funcionar em vão, por isso mesmo, não vemos qualquer motivo de ausência do nosso esforço fraterno, junto dos irmãos enfermos, a pretexto de preservarmos a nossa saúde, de vez que, também, de nós mesmos, temos ainda pesados débitos para resgatar.
R — A intensificação no trabalho seletivo de valores novos para o mundo regenerado de amanhã, na esfera da reencarnação, vem sendo levada a efeito de modo gradativo pela Espiritualidade Superior.
R — A assistência à mente infanto-juvenil, no campo do Espiritismo Cristão é serviço básico de que não deveríamos descurar.
A educação é obra de tempo, esforço e paciência, e sem que nos voltemos para a sementeira com a dedicação precisa, não alcançaremos a colheita valiosa.
Repetimos que a criança é o futuro, com a preocupação de que os princípios do bem ou do mal que inocularmos na formação do mundo infantil são vantagens ou desvantagens para nós mesmos, uma vez que o porvir nos espera, de modo geral, em novas existências.
Cremos, assim, que, se necessário, a redução dos trabalhos do mediunismo, é medida de importância fundamental nas instituições do Espiritismo Evangélico, favorecendo-se maior expansão da obra de socorro espiritual à criança, na execução dos nossos programas doutrinários.
R — O conhecimento, em qualquer de suas modalidades, deve ser dosado na distribuição que lhe diga respeito. Dentro das possibilidades de compreensão, em cada classe de aprendizes da nossa Consoladora Doutrina, os ensinamentos rudimentares, acerca do mediunismo, são sempre úteis, ressalvando-se, porém, a necessidade de evitar-se o excesso em quaisquer atividades, nesse sentido, para não viciarmos a imaginação infantil com inutilidades ou inconveniências que redundariam em prejuízo ou perda de tempo.
R — Acreditamos que quando a palavra do Senhor nos induziu ao auxílio do próximo, naturalmente cogitou do “próximo mais próximo de nós”. Admitimos, assim, que sem nos interessarmos fraternalmente pelo progresso e pela iluminação dos nossos semelhantes, quando encarnados, dificilmente seremos amigos reais ou prestimosos companheiros para os nossos irmãos desencarnados.
R — Certamente o trabalho geral é de cooperação, permuta e solidariedade, salientando-se, porém, que a maior percentagem de serviço dos encarnados está naturalmente concentrada no Plano de matéria densa em que se agitam os seus semelhantes.
R — A transformação do “bom médium” em “médium bom” é serviço precioso, de vez que não vale atender a simples fenômenos, destinados a convicções da curiosidade respeitável, mas nem sempre construtiva, e sim aproveitar os valores da Doutrina e incorporá-los à nossa própria experiência, a fim de que o próximo seja mais feliz e a vida mais elevada e mais digna, ao redor de nós.
R — O desenvolvimento da sublimação mediúnica permanece na corrente dos pensamentos, palavras e atos do medianeiro da vida espiritual, quando ajustado ao ministério de fraternidade e luz que a sua tarefa implica em si mesma.
R — O médium não deve perder de vista a disciplina de si próprio. A ordem é atestado de elevação.
R — Na esfera do mediunismo, há realmente incógnitas que só o esforço paciente de nossos trabalhos conjugados no tempo conseguirão solucionar. Incentivemos o estudo e o auxílio, dentro da solidariedade cristã, e, gradativamente, diminuiremos as múltiplas arestas que ainda impedem a nossa sintonia na execução dos serviços a que fomos chamados, porquanto, o problema não deve ser examinado unilateralmente, reconhecendo-se que o serviço é de nossa responsabilidade coletiva nos círculos doutrinais.
R — Sim. Uma simples conversação evangélica pode beneficiar vasta fileira de ouvintes invisíveis.
R — O passe é transfusão de forças magnéticas de variado teor e pode ser administrado sob a influenciação dos desencarnados, que se devotam à caridade, sem necessidade absoluta da incorporação total na instrumentação mediúnica.
R — Com os atos e as palavras que traduzem o ensinamento vivo do Cristo, o “ide e pregai” (Mc
inspiração ou o que se orienta exclusivamente pela comunicação?
R — Preferimos responder que o médium mais apto ao serviço do bem, com os grandes instrutores da vida mais alta, será sempre aquele que se orienta, acima de tudo, pela prática viva do Evangelho da Redenção.
R — Não devemos impor à criança os quadros monstruosos ou infernais criados pela nossa indiferença ou pela nossa ignorância na Terra, mas o cérebro e o coração da infância podem ser singularmente auxiliados pela visão gradativa dos problemas enormes que as aguardam no futuro, na esfera do sofrimento humano.
R — Amparemos a inteligência infantil, a fim de que o coração da Humanidade fulgure com o Cristo, no porvir sublimado do mundo de amanhã. O Espiritismo, como renascença do evangelismo, é a nova aurora da redenção humana. Em suas luzes divinas, a criança pode e deve receber o glorioso roteiro de nossa ascensão para a vida superior.
Entrevista com o Espírito de Emmanuel, através do médium Francisco Cândido Xavier, publicada em jornal de Belo Horizonte/MG, em 1952, sob o título: “Entrevista com o Outro Mundo”.