Endereços de Paz

Capítulo II

Saldo e extra



O homem comum, em todas as latitudes da Terra, guarda, habitualmente, o mesmo padrão de atividade normal.

Alimenta-se.

Veste-se.

Descansa.

Dorme.

Pensa.

Fala.

Grita.

Procria.

Indaga.

Pede.

Reclama.

Agita-se.


Em suma, consome e, muitas vezes, usurpa a vitalidade dos reinos que se lhes revelam inferiores. É o serviço da evolução.

Para isso, concede-lhe o Senhor grande cota de tempo.

Cada semana de serviço útil, considerada em seis dias ativos, é constituída de 144 horas, das quais as criaturas mais excepcionalmente consagradas à responsabilidade gastam 48 em trabalho regular.

Nessa curiosa balança, a mente encarnada recebe um saldo de 96 horas, em seis dias, relativamente ao qual raríssimas pessoas guardam noção de consciência.

Por semelhante motivo, a sementeira gratuita da fraternidade e da luz se reveste de especial significação para o servidor do Cristo.

Enorme saldo de tempo, exige avultado serviço extra.

Em razão disso, às portas da Vida Eterna, quando a alma do aprendiz, no exame de aproveitamento além da morte, alega cansaço e se reporta aos trabalhos triviais que desenvolveu no mundo, a palavra do Senhor sempre interrogará, inquebrantável e firme: — “Que fizeste de mais?” (Lc 6:32)