Entre Irmãos de Outras Terras

Capítulo XVII

Novo método de cura



Um problema existe na sustentação do equilíbrio e da paz que nos pede reflexão. É o problema da melhoria. Para que isso aconteça na vida física, desde os egípcios, estamos na Terra aperfeiçoando a medicina.

A história da ciência de curar é um dos mais belos capítulos da história humana. Sacrifícios, abnegações, heroísmos, experiências. Tudo se tem feito para sanar enfermidades e extinguir aleijões, diminuir provas e arredar calamidades orgânicas.

Laboratórios de farmácias, hospitais e refúgios foram convocados à luta. E qualquer doente que nos seja querido, se cai de cama, obtém nossas vigílias e recursos para que se recupere tão de pronto quanto possível. Isso quanto ao corpo. E no que concerne ao espírito?

A criatura que adoece das vísceras adoece também dos mecanismos mentais. Há viciações de conduta como há degenerescências do fígado. E se providenciamos remédio para as ocorrências hepáticas, porque esbordoamos a mente do companheiro colhido em perturbação espiritual?

Se temos anestesia para extirpar uma formação cancerosa, porque não usar o esquecimento para acabar com um processo obsessivo que se agravou pelas adições de orgulho ou vaidade, inveja ou revolta com que foi acrescido?

Porque não tratar o ofensor como um doente, mais necessitado de carinho que de censura?

Se um amigo aparece espiritualmente deformado, seja nas aparências de azedume ou descaridade, auxiliemo-lo para o justo reequilíbrio.

Comecemos, de imediato, com a providência aplicada aos enfermos: fazê-los sentirem-se melhores. Ninguém dá fogo líquido ao portador de uma úlcera gástrica. Nunca reajustaremos o coração de ninguém a labaredas de crítica.

Esclareçamos as situações difíceis, corrijamos erros e estabeleçamos a verdade, mas sem exceder os limites da bondade humana e da responsabilidade de viver, como o cirurgião que restaura o órgão lesado sem destruí-lo a golpes de bisturi.

Que o erro existe, existe. Mas experimentemos um novo método de cura do erro. Façamos a criatura errada sentir-se melhor.




(Washington, D.C., EUA, 9, de Junho, 1965.)

(Psicografado por Waldo Vieira.)