Tudo é perdão, dentro da natureza, a fim de que a vida possa crescer, prosperar, e aprimorar-se, em nome do Senhor.
O sol perdoa o pântano e converte-o em terra proveitosa.
A árvore perdoa a tempestade que a dilacera e torna a florir para a colheita farta.
O chão perdoa o lixo que o avilta e transforma-o em adubo precioso.
O tronco perdoa o serrote que o desarvora e passa à condição de agasalho ou de utilidade geral.
O grão perdoa a mó que o oprime e produz a farinha alva.
A uva perdoa aos pés que a maceram e converte-se em vinho medicamentoso.
O lenho perdoa o braseiro e faz a chama que aquece o lar, dentro da noite fria.
A massa perdoa o calor terrível do forno e transforma-se em pão que enriquece a mesa.
O animal perdoa o homem que o conduz ao matadouro e faz o alimento que lhe apoia a saúde.
Nos fundamentos da vida, tudo é esquecimento do mal com a permanente exaltação do bem.
Sem o espírito de sacrifício não há progresso, como sem renúncia individual não há educação.
Se desejamos colaborar na Obra Divina tomemos nosso lugar no imperativo do perdão e auxiliemos sempre.
Desculpar incessantemente é renovar-se para a vida superior.
Não vale arquivar mágoas ou colecionar aflições que sempre acabam instilando em nosso corpo e em nossa alma os agentes da enfermidade ou da morte.
A existência reclama o olvido de toda treva para que o nosso caminho esteja sob o domínio da Luz.
Recordemos o Cristo e saibamos esquecer todas as ofensas e todos os males, porque somente aquele que perdoa de modo integral consegue atingir a necessária e bendita renovação do próprio ser para a vida imperecível.