Esperança e Vida

Capítulo VIII

A tormenta



O céu apaga a luz do rútilo diadema.

Enquanto o Sol se põe nas quebradas da serra,

A tempestade e a noite amortalham a Terra

Aos cantochões do vento içado à fúria extrema.


É a tormenta a fremir que, cruel, desalgema

O corisco mortal que fulmina e que aterra…

E o grito do trovão, nos ares, ruge e erra

Entre sombras hostis, sob a ira suprema.


E a Natureza clama, estala e chora, cheia

Da pavorosa dor que a vergasta e alanceia,

Mas, eis que a luta cessa e refaz-se a harmonia…


Assim também é a vida, em martírios da prova,

Depois da treva imensa, eis que a luz se renova

E a esperança ressurge ao Sol de novo dia.




(Psicografia de Francisco C. Xavier)