Aviso do Grande Além A quem não queira sofrer: Dar-se ao bem, fazer o bem, Sem pensar em receber. Nunca te queixes da vida, Mesmo em rude cativeiro; Antes da lama batida, Não há serviço de oleiro. Mágoa de ofensa a sangrar? Insulto a nos constranger A treva manda lembrar, A luz nos pede esquecer. Quem crê no amparo de Deus Aceita a vida como é… Provação e sofrimento São estímulos da fé. Parece mote antiquado Mas é verdade segura: A dor atende ao chamado Da pessoa que a procura. Ante a dor que se avoluma Na Terra, em qualquer país, Não vejo pessoa alguma Inteiramente feliz. Embora desencarnado, Nada sei de Adão Moringa, Que viveu sempre deitado Chorando e bebendo pinga. Dizia-se pobre e nula A doente Nina Porto, No entanto, morreu na gula Por excesso de conforto. Há quem sofre realmente, Mas devo pôr em destaque Que, na Terra, há muita gente Com sofrimentos de araque. A vida na Terra é feia? Nem tanto. Diz um rifão: — “Há muita barriga cheia Fazendo lamentação”. Enquanto andei por aí, Achei pelo mundo afora: Muita lágrima que ri, Muita alegria que chora. |
(Psicografia de Francisco C. Xavier)