Era um homem violento, Ligado às trevas do mal, Espalhando o sofrimento Em seu caminho triunfal. Dispunha de muitas vidas, Trazendo chicote à mão, Era o retrato do crime, No quadro da ingratidão. Trazia os olhos em fúria, Mostrando o orgulho na face, Decretava a própria morte A quem o desagradasse. Revelando-se entre os homens O adversário do bem, Depois de desencarnado Era um déspota do Além. Se amigos lhe conseguiam Um berço novo no mundo, Voltava, de novo, a ser O ódio mordente e profundo. De nada valia a fé A induzi-lo para o amor, Era o fidalgo cruel, Terrível, dominador… Um dia, porém, chegou Em que veio a se cansar De suscitar tanto pranto, Tanta ferida a sangrar… Humilhou-se em oração, Rogou aos Céus vida nova, Desejava renovar-se A fogo de angústia e prova. Jesus escutou-lhe a prece Viu-lhe a mágoa desmedida E deu-lhe a benção da lepra A fim de amparar-lhe a vida. Ninguém suponha na história Outro alguém que conheceu, Devo dizer claramente Que esse leproso sou eu. |
Essa mensagem foi publicada também em 1988 pela editora Fonte Viva e é a 27ª lição da 2ª parte do livro “”