Do leito fito, além, o renascer da Lua… Agita-se-me o peito, ante o cansaço extremo… Amplia-se o torpor… Anseio, choro, temo… O frio me entorpece… A aflição continua… Ouço, de longe em longe, os ruídos da rua… Num mar de indagações, a mente é nau sem remo… Recorro à prece e busco o Socorro Supremo… Todo o corpo esmorece… A memória flutua… Depois, é a escuridão, ante choque violento… De súbito, um clarão me varre o pensamento… Liberto, ergo-me, enfim… No quarto, a luz fulgia… E, ao rever afeições que deixara na Morte, Entro no Mais Além, sob doce transporte, Voltando ao Grande Lar, em pranto de alegria!… |