Interroguei ansioso a Dor um dia: — “Quem te enviou cruel à nossa estrada? Por que buscas a vida acorrentada Aos tormentos da sombra e da agonia?! Certo, emerges da noite espessa e fria, Em que nunca aparece a madrugada… Vens do abismo de boca escancarada Onde a angústia das trevas não tem dia…” Mas a Dor respondeu: — “Cala-te e lida! Eu sou a inesperada luz da vida, Não procures o bem no campo inverso! Ouve! sem meu luzente archote errante O homem — cansado e mísero viajante Viveria sem rumo no Universo.” |