Sabemos, além da Morte, Que o Plano de Amor e Luz Vive hoje aberto aos homens Para a união com Jesus. Até eu, que pouco entendo De paz, amor e serviço, Já sou cabra lecionado, Consciente quanto a isso. Fui prestar cooperação, No socorro à nossa gente, Trabalhando, junto à porta De pobre médium doente, A fim de lembrar o Cristo A quem me surgisse à frente. Vi muitos grupos chegando Tanto em carros, quanto a pé, Então anotei o assunto Grave e difícil como é… Ninguém buscava Jesus, Nem queria a luz da fé. Eu falava em Vida Nova, Tentando a telepatia, Exaltando o amor de Deus, De Jesus e de Maria; Na porta, gente e mais gente, No entanto, ninguém me ouvia… Parecia um pandemônio O povo desesperado, Ninguém pensava no médium, Que se mantinha acamado; Cada pessoa na porta Era um problema de lado. Agora, vinha uma dama Chorando um homem fugido, Logo após, vinha uma esposa, Queixando-se do marido; Em seguida, o esposo veio A declarar-se ofendido. Um homem chegou, às pressas, Exigindo uma sessão Para livrar-se da sogra Que o punha na contramão… A mulher era só dele Com razão ou sem razão. Um rapaz apareceu, Falando em ódio e vingança… Queria agir contra o pai Com medidas sem tardança, Destacando, indignado, Os seus direitos de herança. Sem a presença do médium, Que se via adoentado, Fez-se logo um bafafá, Com duro palavreado; E o sururu só se foi Ante o boné de um soldado. Quando o dia terminou, Mergulhei na indagação: Estamos certos de unir Jesus e o povo brigão? Só sei que, em porta de médium, Servir, não quero mais, não. |