Dizes-te triste e sem forças, Em desânimo profundo, Por bagatelas do mundo Que somam inquietação!… Sofreste vários reveses… No tédio que te procura, Trazes farpas de amargura Gravadas no coração. Deixa, porém, alma boa, O fel que te desconsola, Vem conosco à grande escola Do amor unido a Jesus!… Lerás, ao vivo, ainda hoje, As laudas do desengano Nas mágoas do hanseniano, No cego que vai sem luz… Sigamos. Neste barraco, Pobre mulher se consome, Deu aos filhinhos com fome O pão que o lixo lhe deu… Contempla os filhos que dormem, E, ouvindo o clamor do vento, Relembra, com desalento, O esposo que faleceu!… Mais adiante, eis um telheiro… Sem que a penúria lhe importe Um velhinho aguarda a morte, Com sede, chamando alguém!… Olha em vão a porta aberta, Quer água fria do poço, Chora, ao pensar que foi moço… Não aparece ninguém!… Visitemos os que moram Sob pontes desprezadas, Nota, ao longe, nas estradas Doentes vagando ao léu!… Alguns caem no caminho, No mal-estar que os alcança, Morrendo sem esperança, Embora fitando o Céu!… Alma querida, recorda Os que vão de alma ferida, São, entre as pedras da vida, Nossos irmãos teus e meus!… De volta ao teu lar feliz, Que de flores se entretece, Dirás, bendizendo em prece: —“Muito obrigado, meu Deus!…” |