Fé e Vida

Capítulo XIII

História de um coração maternal



Eras ainda cândida menina

E trazias, no entanto, a chama peregrina

Da fé na paz de Deus que te abençoa;

E da fé escutaste a bela trilogia que te deixou cantando de alegria:

Ama, serve e perdoa.


Cresces em dias claros e risonhos;

Rogas ao Céu, na aurora de teus sonhos,

Um lar feliz como a Terra apregoa…

Sobe a tua oração e eis que o tempo se apresta;

Ganhas o lar e o lar te disse em festa:

Ama, serve e perdoa.


O companheiro deu-te quatro filhos,

Três estrelas, mostrando doces brilhos,

E um Sol de pleno amor que te atordoa…

Três filhas amorosas e um menino,

A dizer-te no olhar embora pequenino:

Ama, serve e perdoa.


Mas a Terra ainda é um mundo em que a dor mora!

E na casa tranquila que te enflora,

Cai a chuva de fel que aperfeiçoa…

Morre o filho, já moço, de improviso,

Choras!… E ele te fala num sorriso:

Ama, serve e perdoa.


Enxugadas as lágrimas da prova,

Partes com ele para a vida nova,

Onde a necessidade se amontoa…

Vestindo os nus e amparando os caídos,

Eis que o filho te segue e fala-te aos ouvidos:

Ama, serve e perdoa.


Agora, o companheiro, em difícil mudança,

Necessita de paz e de esperança!…

Perturbação do mundo não te doa…

Nada lhe exijas!… Segue, alma querida,

Que ele próprio descubra a luz da vida,

Ama, serve e perdoa.




(Grupo Espírita da Prece, Uberaba (MG), 25 de fevereiro de 1989)