Trilha de Luz

Capítulo IV

Muito se pedirá



Não nos esqueçamos de que conhecimento superior traduz responsabilidade.

Ninguém vive sem contas.

Muito se pedirá amanhã do que hoje recebes. (Lc 12:48)

Nas bases da vida moram a equanimidade e a justiça.

Não amassarás teu pão com a areia do deserto.

Não proverás teu cântaro com os detritos do charco.

Recolherás o alimento da substância que te recebe carinho e sorverás a água pura da fonte que te merece cuidado.

Não jornadeies na Terra, indiferente ou distraído, como se atravessasses um campo inútil.

Não se confia a enxada ao lavrador para a exaltação da ferrugem, nem se entrega a máquina ao operário a fim de que se louve a preguiça.

A natureza que sustenta o verme reclama-lhe serviço em favor do solo.

A indústria que tece o fio e o embeleza exige-lhe segurança e cooperação.

Se aguardamos concurso do verme e do fio, por que haverá o homem de gastar os recursos da Terra, exonerado de compromissos?

E, se o cristão recolhe os dons do Alto, clareando-se-lhe o discernimento, como não esperar dele a contribuição de amor, na sublimação da vida que o cerca?

Recebemos as possibilidades do Senhor para doá-las ao mundo em seu nome.

Mais esclarecimento e mais fé significam para nós mais amplas obrigações.

Informados hoje, quanto à grandeza da vida, a estender-se, triunfante, além da morte, saibamos viver no mundo de conformidade com os princípios redentores que nos felicitam a marcha.

Façamos em torno de nós mais tolerância, mais fraternidade, mais compreensão e mais otimismo, expressando em atos o tesouro de luz que nos brilha na inteligência e o nosso coração estará preparado a enfrentar o grande futuro, vitorioso e feliz, por haver entendido a tempo que muito se pedirá entre os anjos a quem muito recebeu entre as criaturas.