Fale o mundo o que quiser; Por mais a crítica brade, Surgirá sempre bendito O ouro da caridade. A alegria da penúria Que recebe um cobertor É a presença de Jesus Acendendo a luz do amor. Quem auxilia a quem sofre, No amor de que se ilumina, Investe no Grande Banco Da Providência Divina. A fortuna acumulada Pelo sovina João Meira, O neto gastou na farra Em noites de gafieira. Eis a dupla abençoada Nas luzes do Grande Além: Dinheiro que dá serviço, Dinheiro que faz o bem. Muitos sovinas conheço Dos enterros “luxo externo”; Que indagam aqui com frio, Onde o endereço do inferno. De Dona Maria Rosa Morreram-lhe os dez herdeiros E ela está forte e viçosa Passando dos cem janeiros. Rogava o pobre uma esmola Ao rico senhor de engenho, Ele apenas respondeu: — “Vai com Deus! Hoje não tenho!…” Caridade que não vi, Nem mesmo por acidente, Qualquer mendigo da rua Que tivesse algum parente. Dinheiro bem conduzido Parece solo fecundo, Assegurando o trabalho Para a grandeza do mundo. |