Escuta o que se te diga, Usando calma e razão. Nunca te esqueças: — o ouvido É a porta do coração. Frequentemente, quem ama Vê muito espinho a transpor; Creio que a própria mentira Nasceu das juras de amor Desencarnado, já soube Que te casaste outra vez, Mas não te deixo por nada, Em vez de dois somos três. Antônio, depois da morte, Foi ao lar em corre-corre, Hoje, voltou reclamando: — “Viuvez é de quem morre.” Padeço no Mais Além, Pensando em certa mulher, Não há céu que me conforte Nem um momento sequer. Perdeu a esposa Ritinha Nosso amigo Baltazar; Dois dias, depois do enterro, Tinha outra no lugar. Isto é claro como água; O casamento segundo Livra marido e mulher Das maluquices do mundo. O dia esperou sol claro, A noite aguardou sereno, Amor rogou alegria, Ciúme pediu veneno. Separação de casais? Segundo o que o povo enfoca, Dez por cem surgem de brigas E o resto vem de fofoca. Em corações que se unem No amor que de amor consiste A vida não tem problemas, Separação não existe. |