As lembranças desta hora, Entre as quais também me movo, São lembranças de alegria Para saudar o Ano Novo. Na doença, não se fuja Deste esquema que advogo: Quem descansa se enferruja, Quem trabalha sara logo. Na vida, depois da morte, Quem serve, dia por dia, É que obtém passaporte Para o Reino da Alegria. Tanto parou Gabriela Em constantes desmazelos Que faleceu na janela Com calos nos cotovelos. Quem se refere a progresso Na grande luz do porvir, Que viva nesta verdade: Felicidade é servir. Se precisas de um favor Pede à pessoa ocupada; Quem tem tempo não faz tempo Nem tem horas para nada. Na origem, somos iguais, Tal qual no mundo se pensa; Trabalho de cada um É que faz a diferença. Oitenta anos viveu Cota Receando trabalhar… Por fim, morreu de descanso, Cansada de descansar. Não pares. Trabalha e ama, Luta, caminha, tropeça… Quem vive de rede e cama Acha a morte mais depressa. Duras crises, clima brando, Destino, vida e dever… De tudo o que vai passando, O tempo é que vai dizer. |
O manuscrito psicografado, que encontra-se sob a custódia do Dr. Eurípedes Higino, filho adotivo do Chico, contém um primeiro verso que foi omitido neste capítulo do livro impresso, realmente nele há uma palavra de difícil leitura, o que justifica a omissão havida, mas nessa versão digital está íntegro. KJ.