Fonte de Paz

Capítulo I

Trabalhadores



Realmente, muitos trabalhadores são chamados ao ministério do Cristo, (Mt 20:1) para o levantamento do Reino de Deus na Terra.

Entretanto, quase todos menoscabam o tempo, — a excelsa concessão da Infinita Bondade.

Muitos, ao invés do suor na tarefa a que foram trazidos, gastam as horas repetindo frases brilhantes, embriagados de verbo inútil…

Entregam-se outros, desavisados, ao indébito exame dos companheiros, quais se fossem meros fiscais da obra que não lhes pertence.

Consagram-se muitos à infindáveis querelas, supondo-se os únicos defensores da Eterna Sabedoria.

Devotam-se inúmeros à adoração preguiçosa, julgando exaltar os méritos da Majestade Excelsa, ajustados à função de puro ornamento das Grandes Revelações.

Outros muitos, ainda, fogem deliberadamente ao trabalho, enregelando os próprios passos no frio da indiferença a se imobilizarem nas sombras da negação…

E perdem os minutos divinos, atingindo o término da jornada à maneira de farrapos mentais, mendigando a luz que eles próprios menosprezaram.

Os trabalhadores despertos, todavia, ainda mesmo quando chamados à obra nos últimos lances do dia, sintonizam-se com o dever que lhes cabe, elegendo na renúncia o clima da própria ação e, de braços resolutos no serviço a realizar aprendem que o tempo é também qual o solo fecundo, a retribuir-nos em regime de percentagem crescente as bênçãos que semeamos…

Acordados, pois, para a responsabilidade que nos assiste, saibamos construir com Jesus o progresso e a segurança, a alegria e a tranquilidade dos outros, na certeza de que somente assim, edificando o bem daqueles que nos rodeiam é que, em verdade, conseguimos obter da vida a construção do próprio bem.