As nossas trovas de hoje São pequeninos recados Para os estudos de amigos Quanto ao Dia de Finados. São comuns estas palavras Em covas e mausoléus: “Descansa na vida eterna”, “Foi morar com Deus nos Céus”. São diversas as legendas, Usando lápis etéreo, Espíritos de fiscais Anotam nos cemitérios. Escreveu-se: “Aqui repousa O avarento Zé Moenda… Morreu a coices de burro, Em sua própria fazenda.” O mau ateu Filizola Zombava de toda fé… Morreu com tétano agudo De um simples bicho de pé. Riquíssima traficante, A senhora Magali Bebeu veneno supondo Que era licor de pequi. Em dois sepulcros distintos, Estão Bebela e Cirino; Bebela chora por ele Ele quer outro destino. “Neste túmulo repousa O amigo Joaquim Vilaça… De dia dorme na terra, De noite está na cachaça.” Ninguém tema as mãos da morte, Sepultura não é caos, As tristes sublegendas Só vigoram para os maus. Este assunto é controlado… Fiquemos nós por aqui, Mas vivamos avisados: Cada um cuide de si. |