Por mais que a dor amordace Quem ama e vive a sofrer, No enlace ou fora do enlace, Ama sempre até morrer. Conceito claro e profundo Que se eleva sem se impor: A casa é feita no mundo E o lar é feito no amor. Duas almas, quando unidas, Mesmo entre os rudes labéus, Vencem milênios e vidas, Seja na Terra ou nos Céus. O espírito escolhe o corpo, Que o servirá no porvir, Somente quando merece Certa missão a cumprir. O obsessor na mulher, Que o guarda mimado e aceito, Nasce dela como quer E vive de qualquer jeito. O amor em duas pessoas De tal forma se condensa Que enquanto uma delas fala Reflete o que a outra pensa. Na afeição — mistério vivo —, Vejo as fotos como são: O namoro é o negativo, Enlace é a revelação. Muito amor que se conquista Lembra o rifão justo e raro: — “Quem a paca caro compra Pagará a paca caro.” Lá na praça do Ferreira, Vejo muitos laços loucos, Muito amor na chocadeira, Casamentos, muito poucos. Se amor é luz infinita, Ninguém me indague ou confunda: Deixo esta nota esquisita Ao nobre Joaquim Catunda. Não entendo as novas tranças… Matrimônios, regredindo… E, em matéria de crianças, O número vai subindo… Casamento, belo encanto, Lembra um livro, amigos meus, A família é o texto santo E o índice está com Deus. Regressando a novo corpo E usando amor e juízo, Desejo casar na Terra Quantas vezes for preciso. Com todos os meus pertences, Trago, contente e janota, Aos meus irmãos cearenses Grande abraço do Leota Mesmo ante a grita do povo, Haja seca onde se vá, Eu quero nascer de novo Na terra do Ceará. |
(Trovas recebidas em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 24.01.81, em Uberaba, Minas Gerais, reunião realizada com a presença da caravana fraterna em visita à Cidade de Uberaba, procedente de Fortaleza, Capital do Ceará, organizada pela folha “Manhã de Sol”, daquela capital e dirigida pelo distinto Jornalista Dr. Ary Bezerra Leite).