Inicia o teu trabalho, Rendendo-lhe santo apreço. Não há fim vitorioso Onde não há bom começo. Quem te leva à tempestade Inclina-te ao desabrigo. Quem te afasta do perdão Não pode ser teu amigo. O pobre rixoso e mau, Soberbo, rude e violento, É muito pior que o rico Que se fez duro e avarento. Quem constrói, quem cose e lava, Quem ara, quem planta e fia Estende os clarões do Céu No campo de cada dia. Eleva-te, pouco a pouco, Para o cimo da montanha. Muita vez, quem mais abarca É aquele que menos ganha. Conta bastante contigo. Certas graças e favores Começam com riso e festa E acabam em grandes dores. Não teimes ante a bondade. Serve, ampara e renuncia… A cabeça muito dura Quase sempre está vazia. Não te aflijas. Sobre a Terra Onde tudo surge e passa, Não há gozo sem limite, Nem há sombra sem fumaça. Nos pareceres dos outros Nem sempre há muita valia. Há sarcasmo que te exalta E há louvor que te injuria. |