Meu irmão, se tu já sabes Que a vida nunca termina, Renova-te, enquanto é tempo, A bênção da Luz Divina. Ninguém renasce na Terra Para dar-se ao gozo vão. Mas para multiplicar-se Em obra de perfeição. Aquele que foge à luta, Temendo a infelicidade, Despreza, sem perceber, O dom da oportunidade. A dor, o charco, o espinheiro, O dissabor e a ferida Expressam, em toda parte, Sagradas lições da vida. Os desafios da sorte E as dolorosas contendas Trazem sempre ao nosso meio Avisos e corrigendas. Nas flores envenenadas, No afeto que desilude, Podemos consolidar A plantação da virtude. Junto à boca enegrecida Que nos condena ou magoa, Seremos iluminados Na glória de quem perdoa. Na cruz de sarcasmo e fel, De desencanto e aflição, Ditosos encontraremos A paz e a ressurreição. Melhora-te, pois, e esquece A senda resvaladiça. Ninguém escapa ao rigor Dos tribunais de justiça. |