O papel do livro é o do mestre silencioso e quase onipresente, determinando a renovação do mundo.
Muitos escritores de alma às escuras valem-se da força que ele representa, a fim de estender a sombra que lhes povoam o campo íntimo e articulam fantasmas inquietantes para a mente humana e para si próprios.
Entretanto, à medida que a cultura de ordem superior lança raízes na alma da coletividade, inclina-se o livro dentro de mais ampla energia vivificante para a esfera do bem.
Em todos os tempos e por toda a parte, expande-se-lhe o poder criador. Conquistadores de todos os matizes manejam a espada política da dominação, mas é o livro que governa o espírito popular.
Dele procede a maioria dos movimentos humanos de elevação ou decadência e, de maneira invariável, segue a romagem da criatura, desde a aurora da evolução intelectual.
Escrito em pedras e papiros, em pergaminhos, em tabuinhas enceradas, em placas de metal e em panos, até o império glorioso da imprensa moderna, controla os pensamentos da Humanidade, através de todas as épocas.
Egípcios e hindus, israelitas e assírios, persas e gregos, cartagineses e romanos, nele encontram grande potenciador do progresso, incubando sementeira de paz e guerra, erguendo monumentos científicos e disseminando discussões filosóficas, construindo escolas e templos, oficinas e tribunais.
É por isso que, na arregimentação doutrinária do Espiritismo Cristão, o poder do livro cresce cada vez mais, espalhando iniciativas de benemerência e luz divina, por reestruturar a constituição da vida em todos aqueles que se sentem tangidos pela sede de reforma interior.
Dele nascem o estudo e a experimentação, a bênção do esclarecimento e o manancial do consolo, o santuário para os crentes e o abrigo aos sofredores, a lição transformadora e, sobretudo, o renascimento oculto do homem para a nova luz que lhe descortina horizontes mais vastos ao trabalho e à sublimação, sob a égide do Cristo, nosso Mestre e Senhor.
Amparados, assim, pela Revelação Nova, não nos esqueçamos de que a primeira dádiva tangível do Céu para a Terra, nas bases profundas da introdução ao Cristianismo foi o , de Jeová para Moisés, na consagração da Justiça, e de que todo o nosso esforço, nas diversas Casas do Espiritismo Consolador, não é senão o serviço de revivescência do Evangelho, o Livro Divino, através do qual o Mestre Crucificado continua regenerando a Humanidade e elevando-a, através dos seus ensinos de amor e humildade, para os montes celestes da paz e da redenção.