Entre os homens se revela A morte tão certa e clara!… Mas para o encontro com ela Pouca gente se prepara. Se chegado o Grande Adeus, No desastre ou na doença, Qualquer pessoa na vida Morre naquilo que pensa. Sabendo a morte por perto, Fui para o Sítio do Ingá, No entanto, o encontro foi certo Porque a morte estava lá. A velhinha alçava a cruz… Agonizava o Monteiro. Ela dizia: — Jesus!… Ele dizia: — dinheiro… — Que desejas, meu irmão?… Morria Antônio Alcobaça. E Antônio disse ao povão: — “O que eu quero é mais cachaça.” A família, junto ao Neca, Rezava a “Salve Rainha”; Mas Neca morreu clamando — “Morena, morena minha!…” Saiu do corpo doente Dona Maria Aguiar, Faleceu pedindo as joias Que não podia levar. Um grupo orava com Joana, Dona do Sítio Patacas; Joana, entretanto, morreu Pensando em preço de vacas. Foi um flagelo de moças O viúvo Adão Caprera… Desencarnado, há dois anos, Continua na paquera. Muitos amigos na Terra Na última despedida, Nada pensam sobre a morte E sim nos fatos da vida. Para todo coração, Que pelo bem se conduz, A morte é libertação Na estrada de nova luz. |