Ideias e Ilustrações

Capítulo XXXVII

Existência de Deus



Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

— Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

— Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

— Como assim? — indagou o chefe, admirado. O servo humilde explicou-se:

— Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

— Pela letra.

— Quando o senhor recebe uma joia, como é que se informa quanto ao autor dela?

— Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

— Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

— Pelos rastos — respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

— Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.


II

Quem perde a fé no futuro

Vive de sonhas plebeus…

A própria flor no monturo

Lembra um sorriso de Deus. ()

Soares Bulcão

III

A propaganda do bem

Deve alcançar apogeus.

O sol brilhando no céu

É propaganda de Deus. ()

Jovino Guedes

IV

Quando quiseres indagar acerca dos mistérios do Céu, sonda o segredo divino que palpita na flor. ()



Esta mensagem foi publicada originalmente em 1952 pela FEB e é o item 2, da 1ª lição do livro “”