Repara a tarefa do lavrador como sendo oração à Terra, suplicando a colheita, e apliquemos em nós a força da lição.
Antes da sementeira, acaricia o solo, preparando-lhe o seio para o trabalho ativo, despendendo suor por torná-lo mais útil.
Oferta-lhe, em seguida, confiante e sereno, as sementes de amor que hão de trazer-lhe o pão.
E, aguardando a seara, que cantará consigo, vigia e serve sempre, acompanhando a planta em seu desabrochar.
Se vermes aparecem, carcomendo-lhe o corpo, apressa-se, prudente, em socorrê-la, firme, dispensando cuidado e erguendo-se em carinho, a fim de preservá-la sem qualquer golpe à seiva.
Se o temporal vergasta, comparece solícito, libertando o enxurro à leira promissora, para que a lama hostil não lhe sufoque os sonhos.
Se a canícula cresce e a secura domina, provê de água abundante a terra adusta e quente.
E luta dia e noite, de modo a assegurar-se de que a sua oração, em forma de esperança, receba em tempo certo a solução precisa.
Somente desse modo os dias lhe devolvem o paciente esforço no prêmio da colheita amorosa e sublime.
Assim também, no mundo, para que a nossa prece encontre ressonância, trazendo-nos de volta a bênção desejada, saibamos semear no coração dos outros a simpatia e a paz, em serviço do bem, fugindo à maldição da crítica insensata e estendendo, ao redor de nossos próprios pés, a bondade e a alegria, porque a alma da vida é também como a Terra que nos responde sempre em nome do Senhor, conforme o toque vivo de nossas próprias mãos.