Na noite de 1.° de julho de 1954, o Grupo recebeu a visita de Dalva de Assis, abnegada orientadora espiritual das tarefas doutrinárias de alguns dos componentes de nossa agremiação.
Com a sua palavra encantadora e simples, mostrou-nos como a sombra lança mão de vários subterfúgios para embaraçar-nos o passo, na conquista do aprimoramento espiritual, despertando-nos, ao mesmo tempo, para a rota cristã, a fim de que não nos falte a bússola da bondade e da fé, com a qual encontraremos o porto da Luz e da Verdade.
“Quem me segue não anda em trevas…” — prometeu-nos o Eterno Amigo. (Jo
Se avanças, assim, em companhia do Mestre, sob o nevoeiro do mundo, muitas vezes serás interpelado pela sombra, através daqueles que te palmilham a senda.
Em plena estrada, dir-te-á pelo rebelde:
— Perdão é covardia. O ódio alimenta. Incendeia o caminho. Oprime e passa.
Dir-te-á pelo ambicioso:
— Não cogites dos meios para alcançar os fins. Dar é tolice. O interesse acima de tudo. Mais vale um vintém na Terra que um tesouro nos Céus.
Exclamará para os teus ouvidos pela boca dos viciosos:
— Nada além da carne. Come e bebe. Goza o dia. Embriaga-te e esquece.
Exortar-te-á pelo usurário:
— Não desdenhes a bolsa farta. Serviço é privilégio da ignorância. Migalha bem furtada, riqueza justa. Ajuda a ti mesmo, antes que os outros te desajudem.
Dir-te-á pelo pessimista:
— Nada mais a fazer. Que te importa o destino? Não vale a pena… Tudo é ilusão.
Exortar-te-á pelos filhos do orgulho:
— Jamais te humilhes. O mundo é teu. Nada além de ti mesmo. Vence e domina.
Em teu santuário de serviço, dir-te-á pelo chefe:
— Não reclames. Obedece e cala-te. Estou fatigado… Não me perturbes.
Pela voz do subordinado, gritará, inquietante:
— Não te aproximes. Não te suporto. Pagar-me-ás a injustiça. Maldito sejas.
E acentuará pela boca do companheiro:
— Desaparece. Não me aborreças. Estou farto. A culpa é tua…
Em casa, dir-te-á pelos mais amados:
— És a nossa vergonha. Enlouqueceste… Que fizeste de nós? Não passas de um fraco…
Mas, no imo dalma, escutarás a palavra do Senhor, na acústica do coração:
— Brilhe tua luz. Ama sem exigência. Serve a todos. Ampara indistintamente. Não desesperes. Tem bom ânimo. Ora pelos adversários. Ajuda a quem te calunia. Perdoa setenta vezes sete. A quem te pedir a túnica, oferece também a capa. Ao que te pedir a jornada de mil passos, caminha com ele dois mil. Renúncia é conquista. A dor é bênção. Sacrifício é glória. O trabalho é superação. A luta é pão da vida. A cruz é triunfo. A morte é ressurreição.
Se souberes ouvir o Celeste Orientador, aprenderás servindo e servirás amando…
E, reconhecendo a tua condição de simples viajante no mundo, usarás, cada dia, a bússola da bondade e da fé, no divino silêncio, nutrindo a certeza de que aportarás, amanhã, sob a inspiração de Jesus, na grande praia da verdade, onde encontrarás, enfim, a tua Vitória Eterna.