Rematando as nossas tarefas, na noite de 9 de setembro de 1954, José Xavier, nosso amigo espiritual, senhoreou as faculdades psicofônicas do médium, passando a conversar conosco em versos.
Alguns de nossos companheiros, antes da reunião, haviam encaminhado a palavra, em nosso templo de preces, para assuntos menos edificantes, relacionando queixumes e reprovações com apontamentos picantes de permeio.
José Xavier, contudo, veio ao nosso encontro, e, alertando-nos para os nossos deveres, deixou-nos a excelente advertência que ficou intitulada “Bom Aviso”.
Meus irmãos, em benefício De nossas reuniões, Preparando as nossas preces, Lavemos os corações. Já que na Terra é difícil Viver sem o “leva-e-traz”, Pelo menos, por minutos, Preservemos nossa paz. Alcançando as seis da tarde, Para que o mal nos esqueça, Desinfetemos a boca E arejemos a cabeça. Se a discussão nos procura Com razão ou sem razão, Pronunciemos palavras De bondade e de perdão. Se a política exigir-nos Opiniões e contatos, Oremos na paz de Deus Por todos os candidatos. Risinhos e anedotários Com pimenta malagueta, Situemos, sem alarde, No silêncio da sarjeta. Aflições da parentela E chagas do pensamento Resguardemos, apressados, No cesto do esquecimento. Censuras, reprovações, Orgulho, mágoa e capricho, Conservemos, com cuidado, No depósito de lixo. Ante as doenças e as provas Guardemos conformação, Tratando-as, sem desespero, Na farmácia da oração. Finda a tarefa, porém, Na jornada costumeira, Cada qual lavre o seu campo E viva à sua maneira. Entretanto, relembremos, Em nossas lutas e tratos, Que sempre receberemos De acordo com os nossos atos. Quanto ao mais, Deus nos perdoe, Socorrendo a nossa fé. É a bênção que vos deseja O vosso mano José. |