Rematando as nossas atividades na reunião da noite de 3 de fevereiro de 1955, nosso grupo recebeu a visita do poeta Benedito Rodrigues de Abreu, desencarnado no Estado de São Paulo, que recitou um original poema sobre a água.
Recordemos as virtudes de Santa Água!…
Água da chuva que fertiliza o solo,
Água do mar que gera a vida,
Água do rio que sustenta a cidade,
Água da fonte que mitiga a sede,
Água do orvalho que consola a secura,
Água da cachoeira que move a turbina,
Água do poço que alivia o deserto,
Água do banho que garante o equilíbrio,
Água do esgoto que assegura a higiene,
Água do lago que retrata as constelações,
Água que veicula o medicamento,
Água que é carícia, leite, seiva e pão, nutrindo o homem e a natureza,
Água do suor que alimenta o trabalho,
Água das lágrimas que é purificação e glória do Espírito…
Santa Água é a filha mais dócil da matéria tangível, alongando os braços líquidos para afagar o mundo…
Água que lava,
Água que fecunda,
Água que estende o progresso,
Água que corre, simples, como sangue do Globo!…
Água que recolhe os eflúvios dos anjos em benefício das criaturas…
Se a dor vos bate à porta, se a aflição vos domina, trazei Santa Água ao vaso claro e limpo, orando junto dela…
E o rocio do Alto, em grânulos sutis, descerá das estrelas a exaltar-lhe, sublime, a beleza e a humildade…
E, sorvida por nós, Santa Água conosco será saúde e paz, alegria e conforto, bálsamo milagroso de bondade e esperança, a impelir-nos à frente, na viagem divina da Terra para o Céu…