Instruções Psicofônicas

Capítulo XLVII

Boa vontade



Finalizando as nossas tarefas da noite de 20 de janeiro de 1955, foi Meimei quem nos trouxe o reconforto de sua palavra.

Expressando-se com o carinho que lhe assinala as manifestações, falou-nos sobre os méritos da boa vontade.


O Sol é a força que nutre a vida na Terra.

A boa vontade é a luz que alimenta a harmonia entre as criaturas. Acendamo-la no coração para caminhar com segurança e valor.

No lar, é chama atraente e doce. Em sociedade, é fonte de concórdia e alegria.

Onde falha o dinheiro e onde o poder humano é insignificante, realiza milagres.

Ao alcance de todos, não a desprezemos. Em todos os lugares, há chagas que pedem bálsamo, complicações que rogam silêncio, desventuras que esperam socorro e obstáculos que imploram concurso amigo.

Muitos aguardam lances públicos de notabilidade e inteligência, no cultivo da caridade, acabando vencidos pelo tempo, entre a insatisfação e o desencanto.

Sejamos nós soldados diligentes no exército do bem, anônimos e humildes, atravessando os dias no culto fiel à fraternidade.

O ódio e a ignorância guerreiam com ímpeto, conquistando no mundo o salário da miséria e da morte. O amor e o serviço lutam sem alarde, construindo o progresso e enaltecendo a vida.

Com a boa vontade, aprendemos a encontrar o irmão que chora, o companheiro em dificuldade, o doente infeliz, a criança desamparada, o animal ferido, a árvore sem proteção e a terra seca, prestando-lhes cooperação desinteressada, e é por ela que podemos exercitar o dom de servir, através das pequeninas obrigações de cada dia, estendendo mãos fraternas, silenciando a acusação descabida, sofreando a agressividade e calando a palavra imprudente.

Situemo-la no princípio de todas as nossas atividades, a fim de que as nossas iniciativas e anseios, conversações e entendimentos não se desviem da luz.

Lembremo-nos de que a paz e a boa vontade devem brilhar em nossos triunfos maiores ou menores com o nosso Divino Mestre.

É por isso que o Evangelho no berço de Jesus começa com a exaltação inesquecível das milícias celestiais: — “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” (Lc 2:14)