Referimo-nos ao trabalho quase sempre mentalizando as nossas tarefas imediatas, que se relacionem com os nossos próprios interesses. Isso é compreensível e justo.
De permeio, temos a faixa disponível de tempo, claramente nosso, que habitualmente despendemos através de entretenimentos diversos ou movimentos inúteis, com total esquecimento do trabalho que exigimos dos outros.
Deixa que a tua memória retroceda no tempo, refletindo nos benfeitores anônimos que te ensinaram a mobilizar os primeiros passos e agradece.
Agradece aos que te carregaram o corpo ainda frágil;
aos que se esforçaram, junto de ti, para que aprendesses a balbuciar o nome de Deus;
aos que te deram as primeiras palavras;
aos que, usando tato e carinho, te transmitiram as noções primárias de higiene;
aos que te medicaram na hora certa para que a bronquite ou o sarampo não te dilapidassem as forças nascentes;
aos que velaram ao teu lado, noites e noites, a fim de que a febre não te consumisse as energias;
aos que te colocaram nos lábios as letras do alfabeto e aos que te encaminharam para o bem, suscitando-te no coração o respeito à vida.
O trabalho que temos pela frente é de essencial prioridade e não deve ser adiado; no entanto, de quando em quando, é importante raciocinar sobre o trabalho que reclamamos dos outros, a fim de que aprendamos a agradecer.
Emmanuel
Não avançarás ao longo do caminho, sem doar algo de ti mesmo.
Aqui, é o companheiro que te roga assistência fraterna.
Além, é o desconhecido que te pede arrimo e esperança.
Agora, é o amparo aos desvalidos.
Depois, é o socorro aos enfermos.
À maneira da embarcação que distribui os valores de que se enriquece, espalharás, seja onde fores, os bens que o Senhor te confia.
O pão, a moeda e o agasalho são recursos da Terra em tuas mãos.
Fácil será sempre mobilizá-los e estendê-los.
Atenta, contudo, para a dádiva difícil que sai do coração.
O próprio sacrifício, em favor dos outros, é plantação de felicidade no ambiente em que respiramos.
Aprende a calar para que teu irmão fale mais alto.
Esquece as ofensas alheias, compreendendo que poderiam ter sido perpetradas por ti próprio.
Apaga-te para que a luz do próximo seja vista.
Dá em ti mesmo em humildade, paciência, brandura, abnegação e amor. . .
Jesus, transmitindo as bênçãos do Céu de que se fazia portador, era o Médico Providencial dos sofredores na região em que se mantinha, mas aceitando o supremo sacrifício de si mesmo, na cruz, converteu-se em Divino Benfeitor da Humanidade inteira.
Não olvides que a renunciação aos próprios caprichos, na exaltação do bem de todos, será sempre no mundo a tua dádiva maior.