Logo após a cabra-cega, Zezinho, todo suor, Ao lado do professor, Dizia para um colega: — Eu hoje já fiz das minhas, Amanheci no brinquedo, Levantei-me muito cedo, Apedrejando as galinhas. Quebrei xícaras e pratos, Pus fogo ao quintal vizinho, Chicoteei meu cãozinho, Dei pancadas em dois gatos. Furtei doces à cozinha, Queimei um sapato e um pente E atirei água fervente Ao rosto da empregadinha. Esfregando as mãos, contente, Sem respeito, sem temor, Perguntou ao professor: — Não julga que sou valente? O mestre, sem repreender, Respondeu-lhe, em desconsolo: — Não passas de um grande tolo Que tem muito que aprender. |