Essa velhinha que vês, Passando sempre ao sol-posto, Todo dia, todo mês, Penosamente a esmolar, Também foi criança, um dia, Não conhecia o desgosto, Brincava, jogava e ria, Era o anjo de seu lar!… Depois vieram mudanças, Trabalhou, sofreu na vida, Morreram-lhe as esperanças, Cansou-se-lhe o coração. Hoje, triste, quase morta, Sozinha, desiludida, Esmola, de porta em porta, A fim de ganhar o pão. Não te esqueças, meu filhinho, Que um velhinho abandonado Tem sede de teu carinho, De tua doce afeição… Aprende a viver mais cedo, Não fujas amedrontado, Aproxima-te, sem medo, Anda cá! beija-lhe a mão! |