Escutem, caros amigos, Minha irmã e meu irmão, Na Terra, estamos agora No mar da tribulação. O mundo — lar flutuante Que nos resguarda e comporta, Esculturado em grandeza, É a nave que nos transporta. A embarcação não tem brechas Nas bases em que se assenta, Mas navega sob as nuvens De tempestade violenta. A direção vai correta Mas, por muito se capriche, A aflição nos passageiros Alcança todo o beliche. O navio ringe e estala Suportando a gritaria, Tubarões rondam mais perto, Esbraveja a ventania. Nos viajores, há rixas, Bradam ânimos azedos, Todos sabem que há perigo Em disfarçados rochedos. Por cima, trovões ribombam No furor do cataclismo, Por baixo da maré grossa, Agita-se o grande abismo. Entretanto, muito embora, Pareça a nave ranger, Qual ninho que se estraçalha Ninguém precisa temer. Ninguém receie naufrágio, Nem se inquiete, quanto a isto, O barco segue na luz Do farol de Jesus-Cristo. |