O sol descia de manso. Poente. Calor no ar, O aprendiz e o professor Estavam à beira-mar. Ante as sentenças ouvidas, O jovem, com atenção, Falou ao mentor amigo No término da lição: — O que me dói, professor, Ante a luz de tanto ensino, É ser um cara “manjado” Tão errado e pequenino. Oro. Medito. Prometo. Busco em Deus o meu abrigo, Mas sofrendo tentações, As quedas estão comigo… Sei o que devo seguir E faço o que não convém… Deus é tão grande e eu “fracóide” Serei obreiro do Bem? O professor disse: — “Filho, O problema é começar… Deus nos deu a cada um O poder de auxiliar.” Veio o silêncio. Fitavam Um homem lançando rede… Depois, o jovem clamou: — Professor, estou com sede!… O amigo sorriu, bondoso, E respondeu, de alto senso: — “Veja, filho!… Estamos sós, Diante do mar imenso!… Tanta água!… Tanta água!… Que o Céu cobre com carinho!… E agora necessitamos Do poço de algum vizinho…” Não longe, uma casa pobre Deu-lhes acesso ao quintal; O poço pequeno e limpo Apareceu, afinal. Terminara para os dois A inesperada procura; O moço fartou-se de água, Água simples, água pura… E disse o mentor contente, Ao desligar-se de um jarro: — “Cada qual pode ser poço, Mesmo que seja de barro.” |