Luz no Lar

Capítulo XII

Lamento paterno



Ah! meu filho, na concha de teu peito,

Via-te o coração por céu vindouro,

Encerravas contigo, meu tesouro,

O futuro risonho, alto e perfeito.


Entretanto, prendi-te a cruzes de ouro,

Cujo peso carregas sem proveito,

Abatido, cansado, insatisfeito,

Arrojado a medonho sorvedouro…


Recolheste, no encanto de meu jugo,

O fascínio da posse por verdugo

E a preguiça forjando horrendas pragas.


Hoje, chamo-te em vão… Ouves apenas

O dinheiro vazio que armazenas

Na demência da usura em que te apagas!…




Este soneto foi publicado em 1962 pela FEB e encontra-se na 10ª lição da 3ª Parte do livro “”