IAs paredes da casa em vão procuro, Quero dizer adeus e não consigo… Vejo apenas o vulto amargo e amigo Da morte que me estende o manto escuro. Choro a estirar-me, trêmulo, inseguro; O leito ensaia a pedra do jazigo… Padeço, clamo e indago a sós comigo, Qual pássaro que tomba contra um muro. A névoa espessa enreda o corpo langue. É o terrível crepúsculo do sangue Que me tinge de sombra os olhos baços; Mas surge alguém, no caos que me entontece, É minha mãe, que alonga as mãos em prece, Doce estrela brilhando nos meus braços!… IIAve que torna, em chaga, ao brando ninho, Ouço divina música na sala, É a sua voz celeste que me embala, Motes do lar que tornam de mansinho. Ergo-me agora… O corpo é o pelourinho De que me desvencilho por beijá-la… “Mãe! Minha Mãe!…” — suspiro, erguendo a fala, A soluçar de júbilo e carinho. — “Dorme, filho querido! Dorme e sonha!…” Nossa velha canção terna e risonha Regressa com beleza indefinida… Tomo-lhe os braços em que me acrisolo E durmo novamente no seu colo Para acordar no berço de outra vida. |
Esses sonetos foram publicados em 1962 pela FEB e encontra-se na 26ª lição da 1ª Parte do livro “”