Fui trazido ao teu colo e sussurro, baixinho: — “Mãe, eu serei na carne o sonho de teu sonho!…” Depois, em prece ardente, em ti meus olhos ponho, Pássaro fatigado ante a úsnea do ninho. Abraço-te. És comigo a esperança e o caminho… Em seguida — oh! irrisão —, eis que, num caos medonho, Expulsas-me a veneno, e, bruto, me empeçonho, Serpe oculta a ferir-te em silêncio escarninho. Já me dispunha a dar o golpe extremo, quando Surge alguém que me obriga a deixar-te dançando Em formoso salão onde o prazer fulgura. Passa o tempo. Hoje volto… É o amor que em mim arde. Mas encontro-te, oh! mãe, a gemer, triste e tarde, Sombra que foi mulher, enjaulada à loucura… |
Este soneto foi publicado em 1962 pela FEB e encontra-se na 10ª lição da 3ª Parte do livro “”