No mundo, resguardamos zelosamente livros e pergaminhos, empilhando compêndios e documentações, em largas bibliotecas, que são cofres fortes do pensamento.
Preservamos tesouros artísticos de outras eras, em museus que se fazem riquezas de avaliação inapreciável.
Perfeitamente compreensível que assim seja. A educação não prescinde da consulta ao passado.
Acautelamos a existência de rebanhos e plantações contra flagelos supervenientes, despendendo milhões para sustar ou diminuir a força destrutiva das inundações e das secas.
Mobilizamos verbas astronômicas, no erguimento de recursos patrimoniais, devidos ao conforto da coletividade, tanto no sustento e defesa das instituições, quanto no equilíbrio e aprimoramento das relações humanas.
Claramente normal que isso aconteça. Indispensável prover às exigências do presente com todos os elementos necessários à respeitabilidade da vida.
Urge, entretanto, assegurar o porvir, a esboçar-se impreciso, no mando ingênuo da infância.
Abandonar pequeninos ao léu, na civilização magnificente da atualidade, é o mesmo que levanta soberbo palácio, farto de viandas, abarrotado de excessos e faiscante de luzes, relegando o futuro dono ao relaxamento e ao desespero, fora das portas.
A criança de agora erigir-se-nos-á fatalmente em biografia e retrato depois. Além de tudo, é preciso observar que, segundo os princípios da reencarnação, os meninos de hoje desempenharão, amanhã, junto de nós, a função de pais e conselheiros, orientadores e chefes.
Não nos cansemos, pois, de repetir que todos os bens e todos os males que depositarmos no espírito da criança ser-nos-ão devolvidos.
Essa mensagem foi publicada originalmente em 1964 pela editora CEC e é a 18ª lição do livro: “”.