Mãe Antologia Mediúnica

Capítulo XXXVII

Da Costa e Silva



Em êxtase, contemplo os sóis em bando,

Arcturo, Aldebarã, Sírius, Antares,

E o caminho onde os anjos tutelares

Passam ébrios de júbilo, cantando…


Bebo a vida imortal em que me expando,

Nos perfumes e cores de outros ares.

Surgem novos impérios estelares,

Na glória do Universo, fulgurando?…


Mas ouve, Mãe, em pleno Lar Celeste,

Recordo o berço humilde que me deste,

Ao pranto de alegria em que me inundo…


Muito mais que na luz do imenso Espaço

Pulsa, no imenso amor de teu regaço,

O próprio coração de Deus no mundo…


Antônio Francisco DA COSTA E SILVA — Depois de fazer o curso primário e os preparatórios em Teresina, transferiu-se Da Costa e Silva para o Recife, onde, somente em 1913, veio a bacharelar-se em Direito. Foi funcionário público do Ministério da Fazenda, ascendendo a altos postos. Durante quase dez anos viveu o poeta em Belo Horizonte, mudando-se, posteriormente, para o Rio, onde desencarnou. “A sua poesia” — escreveu Andrade Muricy — “trazia uma exaltação luminosa, um inebriamento comunicativo. Era alguém que cantava, mas com uma virtuosidade harmoniosa e forte, um belo ímpeto arrebatado.” (Amarante, Piauí, 28 * de Novembro de 1885 — Rio de Janeiro, Gb, 29 de Junho de 1950.) — (*) Andrade Muricy (., III, pág.
27) dá 23 como o dia de nascimento.

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; ; etc.



As poesias de números ímpares foram recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier e as de números pares pelo médium Waldo Vieira. Dispomo-las assim, por sugestão dos Amigos Espirituais.

Note-se a apóstrofe.

Falando sobre a poesia de Da Costa e Silva, afirmou Fernando Góes (Pan. V, pág. 146): “Foi bem o cantor da saudade ele confessava ter vindo ao mundo para ter saudade.” E como não poderia deixar de ser, o artista de “Saudade” continua sendo o cantor da saudade, ansioso, agora, por ver novamente paisagens terrestres em novo corpo de carne…

Leia-se ca-na-vial, com sinérese.