Mãe Antologia Mediúnica

Capítulo LXXI

Andradina de Oliveira



Asserena-te e vara a desventura

No caminho de dor, áspero e azedo;

Serenidade — o lúcido segredo

Em que a vida se eleva e transfigura.


Tudo cresce na força da brandura.

A água desgasta os punhos do rochedo;

Olha a chuva cantando no arvoredo,

A transfundir-se em pão, bondosa e pura.


De coração batido e lodo à face,

Inda que o fel da injúria te traspasse,

Semeia o bem que as mágoas alivia…


Mesmo trazendo o peito por cratera,

Suporta, ampara e crê, ajuda e espera,

Que amanhã será sempre novo dia.


ANDRADINA América DE Andrada e OLIVEIRA — Poetisa, contista, romancista, iniciou sua vida literária, quase menina, conforme afirma sua filha Lola de Oliveira em , escrevendo em inúmeros periódicos sul-riograndenses. Foi também teatróloga e aplaudida conferencista. Professora pela Escola Normal de Porto Alegre, com distinção em todas as matérias, a poetisa de lecionou em cursos particulares, em várias cidades gaúchas, depois de nove anos dedicados ao magistério público. Fundou um jornal literário feminino, , mais tarde transformado em revista ilustrada, e formou, segundo Antônio Carlos Machado, entre as maiores feministas brasileiras de sua época. De 1920 até à sua desencarnação, residiu na capital paulista. (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 12 de Junho de 1878 — S. Paulo, 19 de Junho de 1935.)

BIBLIOGRAFIA: ; , contos ; , contos; etc.



As poesias de números ímpares foram recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier e as de números pares pelo médium Waldo Vieira. Dispomo-las assim, por sugestão dos Amigos Espirituais.

onde. No Roteiro Literário do Brasil e de Portugal, vol. I, pág. 48, nota 5, lê-se: “onde: aonde. Nos melhores autores, antigos ou modernos, não se observa, em geral, a distinção entre onde e aonde que os gramáticos acham ser de rigor.”

Ler com sinérese: crian-ça.