Mãe Antologia Mediúnica

Capítulo XIII

Oração de mãe



Deus de Infinita Bondade!

Puseste astros no céu e colocaste flores na haste agressiva… A mim deste os filhos e, com os filhos, me deste o amor diferente, que me rasga as entranhas, como se eu fosse roseira espinhosa, que mandasses carregar uma estrela…

Aceitaste minha fragilidade a teu serviço, determinando que eu sustente com a maternidade o mandato da vida; entretanto, não me deixes transportar, sozinha, um tesouro assim tão grande! Dá-me forças para que te compreenda os desígnios; guia-me o entendimento para que a minha dedicação não se faça egoísmo; guarda-me em teus braços eternos, para que o meu sentimento não se transforme em cegueira.

Ensina-me a abraçar os filhos das outras mães com o carinho que me insuflas no trato daqueles de que enriqueceste minhalma!

Faze-me reconhecer que os rebentos de minha ternura são depósitos de tua bondade, consciências livres que devo encaminhar para a tua vontade e não para os meus caprichos. Inspira-me humildade para que não se tresmalhem no orgulho por minha causa.

Concede-me a honra do trabalho constante, a fim de que eu não venha precipitá-los na indolência. Auxilia-me a querê-los sem paixão e a servi-los sem apego. Esclarece-me para que eu ame a todos com devotamento igual.

No entanto, Senhor, permite-me inclinar o coração, em teu nome, por sentinela de tua bênção, junto daqueles que se mostrarem menos felizes!… Que eu me veja contente e grata se me puderem oferecer mínima parcela de ventura e que me sinta igualmente reconhecida se, para afagá-los, for impelida a seguir nos caminhos do tempo, sobre longos calvários de aflição!…

E, no dia em que caiba entregá-los aos compromissos que lhes reservaste ou a restituí-los às tuas mãos, dá que, ainda mesmo por entre lágrimas, possa eu dizer-te, em oração, com a obediência da excelsa Mãe de Jesus: “Senhor, eis aqui tua serva! Cumpra-se em mim, segundo a tua palavra…” (Lc 1:38)