Nós

Capítulo XIII

Semimortos



“Um homem que descia de Jerusalém para Jericó caiu em poder de ladrões que o despojaram, cobriram de ferimentos e o deixaram semimorto”… (Lc 10:30) — Começa Jesus o ensinamento inesquecível da parábola.

Em todos os tempos, encontramos também os semimortos da alma, nas estradas do mundo:

Os caídos a golpes de incompreensão…

Os desorientados que o ateísmo empurrou para o nevoeiro de sofrimento…

Os mutilados da mente, que a calúnia atropelou em pleno trabalho…

Os cansados de solidão…

Os que se emaranharam no espinheiral da revolta…

Os envenenados de desespero…

Os perseguidos pela dúvida destrutiva…

Os prisioneiros da obsessão…

As vítimas do desânimo…

Os que sucumbiram sob a hipnose de sugestões infelizes…

Os feridos de angústia…

Os que foram esquecidos na sombra da ignorância…


Companheiros do mundo, sois Espíritos eternos, em viagem educativa na escola e na oficina do planeta! Ao término da jornada conhecereis o que aprendestes e colhereis o que semeastes. A Terra é tão somente a estalagem a que chegastes ontem e da qual partireis amanhã! Acumulai os tesouros da felicidade futura, aperfeiçoando-vos pelo estudo e servindo aos outros, quanto puderdes!… Sobretudo, meditai nos outros viajores em condições mais difíceis que as vossas e aproveitai o vosso privilégio de entender e de auxiliar!…




(Reformador, março 1966, p. 66)