Nós

Capítulo IV

Os dons de Cristo



“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo.” — PAULO (Ef 4:7)


A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.

O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima. Animalidade versus espiritualidade.

Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.

E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades [sublimes,] indispensáveis à ascensão, que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.

Daí a razão da luz divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.

Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção igual àquela dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.

Quanto à existência temporária no mundo, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.

Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o “solo consciente” do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa vontade será convertida em canal adequado para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das bênçãos do Senhor, ao redor de nós.

Observa a tua “boa parte” e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.

Não intentes destruir milênios de ignorância de um momento para outro.

Vale-te do esforço de autoaperfeiçoamento cada dia.

Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.

Não nos esqueçamos de que a Luz Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons de Cristo.




O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1956 pela FEB e é a 25ª lição do livro “”

Confira a expressão “” e não “de Cristo” em explicação dada por Allan Kardec.