Sofres?
Não te esqueças do “Vinde a Mim” do Divino Mestre (Mt 11:28) e procura com ele o manancial da consolação, entretanto, não olvides que o Senhor espera não lhe tragas o fardo escabroso das torturas morais pelos caprichos desatendidos, na incapacidade de praticar o mal, de vez que, em muitas ocasiões, a nossa dor é simples aflição da nossa própria ignorância e da nossa própria rebeldia, à frente da Lei.
Tens sede?
Busca no Cristo a fonte das águas vivas, (Jo 4:13) na certeza, porém, de que a corrente cristalina apagar-te-á a volúpia de conforto e o anseio indébito de ouro e dominação.
Tens fome?
Procura no Benfeitor Celeste o Pão que desceu do Céu, (Jo 6:51) entretanto, roga-lhe, antes de tudo, te sacie a fome desvairada de prazeres e aquisições inúteis para que não te falte o ingresso ao banquete da Luz que o Evangelho te pode propiciar.
Sentes-te enfermo?
Procura em Jesus o Divino Médico, (Mt 9:12) contudo, pede-lhe, atentamente, te conceda remédio contra as tuas próprias inclinações a desordens e excessos, porquanto, de ti mesmo procedem as vibrações enfermiças, que te constrangem ao desequilíbrio orgânico.
Há muita dor que é simplesmente inconformação e desrespeito aos estatutos divinos que nos governam.
Há muita sede que é mera ambição desregrada, atormentando a alma e arrastando-a para o resvaladouro das trevas.
Há muita fome que não é senão exigência descabida do espírito invigilante.
Há muita moléstia que expressa tão somente intemperança mental e hábitos viciosos que é necessário extirpar.
“Vinde a Mim!” — disse-nos o Amigo Eterno. (Mt 11:28)
Saibamos, pois, realizar a retirada de nós mesmos, e desse modo colocar-nos-emos ao encontro do nosso Divino Mestre e Senhor.
(C. E. Luiz Gonzaga — Pedro Leopoldo, MG, 27.03.1953)