Marcas do Caminho

Capítulo IX

Ide e fazei



Ide e fazei o bem, enquanto é dia!…

Bendita a mão que ara e que semeia

Enquanto a Terra canta e brilha, cheia

De beleza, de luz e de alegria.


Não vos pese seguir, de pés sangrando,

Na caminhada sobre o pedregulho…

Como o sol, trabalhando sem barulho,

O amor segue servindo, forte e brando.


Infortunado é aquele que descansa,

Que, por temer a dor, escapa e dorme;

Mais tarde, lutará, por tempo enorme,

Sem alívio, sem paz, sem esperança…


Somente o lavrador que se desvela,

Enriquecendo a terra sem canseira,

Seguirá, do suor da sementeira,

Para a seara milagrosa e bela.


Ide e fazei o bem que vos resguarde

Contra o inverno cruel, triste e vazio,

Pois no vale da morte, escuro e frio,

Há quem clame e padeça muito tarde.




(C. E. Amor e caridade — B. Horizonte, MG, 20.01.1951)