A fim de não descermos, alma boa, A considerações frias ou cegas, Lembra, no culto da beneficência, O tesouro de bênçãos que carregas. Usando as mãos tão ágeis quanto livres, Sem quaisquer embaraços, Pensa na provação dos companheiros Que caminham sem braços. Em contemplando céus, estrelas, flores, Sem notar que a visão é um dom de luz que levas, Fita os irmãos que trazem sobre os olhos Duas vendas de trevas. Manejando a palavra que te exprime E com que aprendes tanto quanto estudas, Medita na extensão das outras vozes Inibidas ou mudas. Ante os seres queridos Que te ofertam amor e que estimas amar, Anota, coração, os que varam a vida Sem um pouso por lar. Envolvendo em conforto um filho amado Que recolhes por laço predileto, Reflete nos pequenos desprezados Que padecem na rua a carência de afeto. Enquanto a fé te ampara e abençoa a alegria, Lutes, de estrada a estrada, muito embora, Encontras tanta gente arrasada de angústia, Tanta gente que chora!… Enumera as vantagens que desfrutas E escuta, alma querida, o convite de alguém É o Cristo que te aguarda o concurso fraterno Para estender no Mundo a construção do Bem. |