A mensagem era realmente do Rei…
As palavras do pergaminho estão impregnadas de suas emoções originais.
A rainha morta, singularmente viva no País da Neblina, recordou a sua longa viagem… As laboriosas preparações nos caminhos do milênio, as dificuldades superadas, os precipícios da provação e da experiência, as marcas de dor colhidas na jornada…
Lembrou e lembrou… Para tranquilizar-se na caminhada, seria justo esperar pela intervenção do soberano, em cujo clima cultural se entregara à tarefa de interpretar os supostos mortos que lhe falavam o idioma, testemunhando a imortalidade?
Pensou e pensou, acabando por reconhecer que ambos haviam jurado fidelidade a Outro Rei, aquele que subiu a um trono de sofrimento, coroado de espinhos…
E, feliz com as suas próprias esperanças, a pobre bastarda, elevada à realeza pelo devotamento do Soberano generoso, compreendeu que as flores de sua Quinta voltarão a brilhar e que os sinos de Santa Clara lhe celebrarão o regresso à vida, quando as providências do Supremo Senhor lhe descerrarem os olhos em novo e belo alvorecer.